quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ARLS VIRTUS ET LABOR N° 2386 do GOB-MS inicia Irmão no Ritual de Emulação

A SESSÃO
Aconteceu nesse ultimo dia 19 de agosto de 2009, a iniciação do Irmão Daniel da Silva Amado Felicio, na ARLS VIRTUS ET LABOR N° 2386 do GOB-MS, a cerimônia desenvolveu-se no templo da Loja, que está em fase de conclusão.
Estavam presentes Irmãos do REAA, Rito Brasileiro e Adonhiramita, participaram também o Poderoso Irmão Luiz Adive Palmeira, Secretário de Planejamento do GOB-MS, o Poderoso Irmão Joaquim Pedro Martins Vieira, Delegado do Rito Adonhiramita em MS.
A sessão marcada pela qualidade dos trabalhos dos oficiais foi dirigida pelo Irmão João Batista, que é Veneravel da Loja. O Irmão Benilo Allegretti, Grão-Mestre Adjunto Honorário do GOB-MS, que é membro da Loja, usando da palavra ao final dos trabalhos lembrou que “O maior trabalho de um Maçom moderno é a aplicação de maneira pratica e correta a sabedoria moral que se espera tenha adquirido durante sua vida maçônica.”
O Irmão Palmeira disse da alegria de participar de uma sessão em que os trabalhos são executados o mais próximo possível dos primórdios da maçonaria especulativa.
A LOJA
A ARLS VIRTUS ET LABOR N° 2386 do GOB-MS, Rito de York, foi fundada no dia 21 de abril de 1986, no Oriente de Campo Grande/MS, e teve como seus fundadores os Irmãos Benilo Allegretti, João Roberto Ambrosio, Sebastião Alves Pereira, Valdemir Pinto Costa, Salvador Ferreira dos Santos, José Aedo Camilo, João Sperdião Junior, Wilian Felicio da Mota, Orlando Lopes e Domingos Savio Rondon.
Seu primeiro Venerável Mestre foi o Irmão Benilo Allegretti, que nos relata que numa viagem a Ponta Porã, o Irmão Max Jegger, Garante de Amizade da Austria com o GOB, propôs ao então Grão Mestre do GOB-MS, Irmão Fadel T. Yunes a criação de uma Loja para trabalhar no rito inglês, e que estando presente, tomou para si a incumbência da criação da nova Loja.
Surgia assim a Virtus Et Labor, que nos primeiros dias de sua existência contou com o auxilio de alguns Irmãos do Rio de Janeiro, pertencentes as Lojas Inglesas, entre eles o Irmão Carlos Augusto Ramos Filho, hoje na Grande Loja Celestial e que foi homenageado pela Loja com o nome do Capitulo do Arco Real “Carlos Augusto Ramos Filho n° 64 do Supremo Grande Capitulo do GOB.
O RITO
Em 1920, alguns Maçons do Grande Oriente do Brasil interessaram-se em trabalhar no Rito praticado na Inglaterra (lá conhecido como “Craft Masonry” – em português: Maçonaria Simbólica) e que entre nós passou a ser chamado de Rito de York. Tendo a frente, o Irmão Josephino da Silva Moraes, do GOB e V. Irmão A.J.T. Sadler, das Lojas inglesas no Brasil, fizeram a primeira tradução do Ritual, que foi impresso em Londres. A Loja Brasil n° 953 do Grande Oriente do Brasil, fundada no Rio de Janeiro neste mesmo ano, foi a primeira Loja a praticar o Ritual em português, até 1924, quando abateu colunas.
A partir de 1923, a Loja Campos Salles n° 966 do GOB, passou a fazer parte do Grande Capitulo do Rito de York, sob numero XIV e passou a usar os Rituais impressos em 1920. Em 1935 o GOB firmou novo tratado com a Grande Loja Unida da Inglaterra, extinguindo o Grande Capitulo do Rito de York e passando as sua Lojas diretamente à subordinação da Grande Loja Unida da Inglaterra para a formação da Grande Loja Distrital da America do Sul – Divisão Norte, quando a Loja Campos Salles recebeu o numero 5565.
Os principais rituais ingleses, ou formas ritualísticas são: o Emulation, o Logic, o Bristol, o Taylor’s, o Stability, Humber e o West End. Existem alguns outros, mas estes são os mais conhecidos.
A Grande Loja Unida da Inglaterra não dispõe de nenhum ritual oficial escrito e jamais autorizou a publicação de qualquer forma específica de rituais existentes e consagrados na Inglaterra. Pela Regra (Artigo) nº 155 das Constituições da Grande Loja Unida da Inglaterra, compete as Lojas Simbólicas a regulamentação dos procedimentos das formas de ritual, reservando-se no direito de intervir em qualquer Loja inglesa que adote formas ou modificações entranhas a prática do ritual conforme ensinado desde 1813.
O Ritual Emulação surge na Inglaterra após a união das duas Grandes Lojas, a dos “Antigos (1751)” e a dos “Modernos (1717)”, em 1813.
Em 7 de dezembro de 1813 é criada uma loja composta, por maçons das duas Grandes Lojas rivais: os “Modernos” e os “Antigos”, a Lodge of Reconciliation [Loja da Reconciliação] – que harmoniza os rituais. O trabalho foi efetuado oralmente, respeitando a proibição de nada escrever a respeito do “segredo maçônico”. Nenhuma ata foi redigida, assim como foi proibido até tomar notas.
A Loja da “Reconciliação” passa a apresentar, na prática e oralmente, o novo ritual harmonizado para as Lojas de Londres e arredores. Essas apresentações prosseguiram durante três anos ininterruptos. Com esta providência a forma ritualística do novo ritual praticamente foi padronizada em toda a Inglaterra.
Em junho de 1816, as formas dos rituais para uso na nova Grande Loja foram demonstradas pela Lodge of Reconciliation [Loja da Reconciliação], constituída especialmente para produzi-las, as quais viriam documentar, oficialmente por numa resolução e pela primeira vez, as Cerimônias praticadas até então.
Assim, em 1816, surge oficialmente um novo ritual, “aprovado e confirmado” pela Grande Loja Unida da Inglaterra, resultado de um longo trabalho iniciado em 1794, coroado pelo Act of Union de 27 de dezembro de 1813 e finalmente concluído em junho de 1816.
No dia 2 de outubro de 1823 reune-se pela primeira vez a Emulation Lodge of Improvement for Máster Masons [Loja Emulação de Aperfeiçoamento para Mestres Maçons] como o próprio nome já diz, é uma Loja de Aperfeiçoamento para Mestres Maçons cujo objetivo é prover instruções, especialmente, para aqueles que entram na cadeia de sucessão e desejam se preparar para cargos em Loja, almejando alcançar a cadeira principal de uma Loja Simbólica. Ela se reúne no Freemasons’ Hall [Palácio Maçônico], na Great Queen Street [Rua da Grande Rainha] em Londres, semanalmente às 18 horas e 15 minutos das sextas-feiras de outubro a junho, onde demonstra as Cerimônias e Preleções de acordo com o Trabalho Emulação e somente Mestres Maçons podem freqüentá-la.
Assim o Ritual de Emulação tem o seu nome originado da Emulation Lodge of Improvement (Loja Emulação de Aperfeiçoamento), cujo comitê é o guardião do ritual e que autoriza a sua publicação, e cujos fundadores vieram principalmente da “Burlington Lodge” e “Perseverance Lodge”, Lojas de instrução fundadas em 1810 e 1817 que ensinavam o no ritual aprovado pela Grande Loja em 1816.
Devido ao fato de que a Grande Loja assumira a opinião de que o ritual não devia ser confiado à impressão, a repetição oral se constituiu no meio de sua transmissão. Foi apenas em 1969 que a Loja Emulação de Aperfeiçoamento patrocinou a publicação da primeira edição do “Ritual Emulação”.
Este ritual ou prática (Emulation working) é a expressão inglesa usada para defini-lo, pela restrição mencionada, era muito pouco ou quase nada conhecido fora dos países de língua inglesa. Todavia, após 1969, quando da liberação para publicação impressa, o ritual vem atraindo cada vez mais interessados, não só no sentido de conhecê-lo como de praticá-lo.
O Ritual se caracteriza por procedimentos muito peculiares, ausentes em outros rituais, pelo despojamento de certas pompas aliado à simplicidade e singeleza, o que acaba lhe conferindo certa gravidade e um ar de sobriedade sem, todavia, torná-lo circunspeto, pode acabar agradando a muitos maçons.
Fonte: Anatoli Oliynik, livro: EMULAÇÃO história, ritualística e rituais.