quinta-feira, 26 de junho de 2014


MEGACOMPETÊNCIA
NA ADMINSTRAÇÃO DA LOJA
Osamu Kato
Grão Mestre de Honra - GOB/MS

O coração, o grande condutor da vida humana, sempre esteve presente no pensamento dos homens através dos tempos. As Lojas normalmente são constituídas de homens de cultura e formação altamente variadas. Há os que entendem que o simples estudo dos Rituais seja suficiente para a correta abordagem dos Símbolos e alegorias, pontos básicos da estrutura de nossa Ordem. Para esses, o estudo aprofundado é romance, perfumaria, como tal, completa e absolutamente desnecessário.
Não é demais insistir que toda a estrutura sobre a qual se ergue a Arte Real é filosófica. Sabe-se que em nossos Rituais há muito da filosofia de Sócrates, Pitágoras, Platão, Parmênides e Aristóteles. É certo que eles exercem uma grande influência na estruturação filosófica do edifício maçônico, mas é certo que há outras influências talvez bem maiores. Os filósofos do Renascimento e, sobretudo os do Iluminismo, são os que nos trazem maior soma de ensinamentos.
Bem faz o administrador que demonstra vivo interesse em reconhecer o valor de cada irmão, fazendo deles seres livres, iguais, progressistas e pacíficos. Que por sua religiosidade ensina que caminhando sob a égide de Deus, nossas fraquezas são superadas. Que o homem não é apenas um assistido de DEUS, mas seu colaborador e filho, no qual Deus depositou esperanças e compartilhou seus ideais. Inspirado pela moral cristã, prega amor aos inimigos, a coragem da verdade, a responsabilidade da existência, a hierarquia dos valores, o combate pela liberdade, a vontade de paz entre os homens.
Do administrador de uma Loja se exige mais que competência, é necessário uma megacompetência. Ao assumir a direção da Loja, o administrador recebe a tarefa de preservar a instituição iniciática (seus rituais, Ritos e Landmarks), assim considerada um ambiente, uma mentalidade, uma hierarquia de valores, de atitudes e de ética.
A fraternidade maçônica é um conjunto de homens que se reúnem, discutem e estudam juntos. É de se ver que em tudo, esses homens diferem uns dos outros. Uns são calmos, outros agitados, uns de cultura universitária, outros não, uns afetos à leitura e ao estudo, outros nem tanto. Essas diferenças exigem do administrador, um esforço acima do normal, para que a convivência não se deteriore. A Arte Real, por sua vez, ameniza tal tarefa, fornecendo os ensinamentos necessários para sua desincumbência.
O Maçom, no seu trabalho diuturno, deve ter na mira que não labuta só para si, mas para o grupo ao qual pertence, que seu trabalho se consubstancia em melhorar, não só o seu grupo, mas toda a humanidade. A Maçonaria, antes de tudo, significa trabalho e trabalho em grupo. É a ação coletiva, o trabalho em comum, que faz que se estabeleça entre os membros, um liame fraternal por excelência. Para que essa união de trabalho se concretize, necessário é que haja participação, acima de tudo. Esta é a grande e principal tarefa do Venerável Mestre.
A força que emana das Colunas de uma Loja, tem o poder transformador do conhecimento que a Maçonaria proporciona. É fundamental que todos os membros da Loja estejam ombreados com o Venerável, trilhando os caminhos da virtude, da consciência dos deveres maçônicos, levando para a sociedade em que insere, exemplos de convivência construtiva, amor fraternal e senso de justiça. Assim agindo, estaremos contribuindo para o desenvolvimento do homem em sua dimensão mais pura, favorecendo em todos os sentidos, o fortalecimento das relações sociais.