sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ILLUMINATI

Na noite sinistra do dia 30 de abril de 1.776, um grupo de homens reunidos em um bosque da Baviera, no sul da Alemanha, juraram a consecução de objetivos comuns. Era o fim do inverno, que dava início a uma comemoração céltica, que incluía grandes fogueiras. A luz dessas fogueiras iluminou e alimentou a mística dos congregados nos bosques bávaros e a partir de então o mundo conheceu o culto a um ser torturado, embora poderoso, Lúcifer, o anjo da Luz.

Naquela noite fatídica nasceu a “Ordem dos Perfectibilistas”, mais conhecida como Ordem dos Iluminados da Baviera, ou simplesmente Illuminati, que, com o tempo, iria se converter na mais poderosa das sociedades da antitradição.

O fundador Adam Weisphaupt, era catedrático da Universidade de Ingolstadt. Cresceu órfão, embora fosse judeu converteu-se ao cristianismo e estudou em colégios Jesuítas, onde destacou-se por sua memória fantástica. Tomou contato com filósofos e começou a interessar-se pela maçonaria após ter conhecido Maximilien Robespierre. Mais tarde conheceu um místico dinamarquês chamado Kolmer, que vivera anos no Egito. Fascinado pelo misticismo, acabou descoberto pelos jesuítas que o expulsaram de sua ordem.

Convencido de que os desígnios de Deus não lhe serviriam em um mundo materialista, procurou outro tipo de iluminação espiritual, exatamente o oposto daquela que aprendera. Para tanto necessitaria de um grupo de trabalho que lhe permitisse aprofundar seus anseios enquanto, ao mesmo tempo, aplicava suas idéias sobre o mundo físico.

Decidiu que teria que fundar uma organização parecida com a dos jesuítas e com a maçonaria, mas que caminhasse em direção diversa. Assim, naquela noite, após redigir o regulamento, um meio termo entre as ordens jesuíta e maçônica, usou como simbolo, o Olho que tudo vê.

Seus primeiros adeptos foram quatro alunos de sua cátedra, todos de excelente situação financeira. Não se poderia ingressar na ordem sem convite, a ordem era “poucos mas ricos”. Logo conseguiu o apoio econômico daquele que passou para a história como um dos homens mais ricos da história: Meyer Amschel Rothschild. Os Rothschild são uma das principais personagens deste trabalho.

Logo um adepto de alta posição social filiou-se ao grupo, O Barão protestante de Hannover, Adolph Franz Friederich Ludwig Von Kinigge, maçom regular, que introduziu em nossas colunas o mestre da Iluminati. Rapidamente a loja multiplicou por dez seus quadros, incorporando nobres, príncipes e profissionais liberais. Dois anos depois, menos de vinte de seus membros eram estudantes.

Para os freqüentadores da loja, Weisphaupt pregava postulados louváveis, fazendo-os acreditar que o mundo deveria substituir a velha ordem reinante pelos Illuminati, que atuariam como comando supremo para conduzir a humanidade para uma era jamais vista antes de paz e prosperidade racional. Pregava um mundo em que todos seriam iguais, sem distinção de raça cor ou credo. O próprio Weisphaupt escreveu: “Qual é em resumo nossa finalidade? A felicidade da raça humana!”.

Mas a verdade só era conhecida por poucos, os lugares-tenentes e esta era:
1. Aniquilação da monarquia e de todo governo organizado segundo o antigo regime
2. Abolição da propriedade privada para indivíduos e sociedades
3. Supressão dos direitos de herança em todos os casos
4. Destruição do conceito de patriotismo e substituição por um governo mundial
5. Desprestígio e eliminação do conceito de família clássica
6. Proibição de qualquer tipo de religião tradicional


Weisphaupt pensava que dominar o Oriente seria mais fácil em virtude do misticismo ser maior naqueles povos. O problema seria o Ocidente, onde a população tornara-se materialista e dominada pela Igreja Católica, que punia brutalmente qualquer idéia que pudesse ameaçar seu domínio, o que tornava a empreitada muito perigosa.

Concluiu que para alcançar seu intento deveria infiltrar membros no comando da igreja e dos governos para que as coisas mudassem enquanto pareciam ser as mesmas.

Seu intento não poupou a maçonaria. Sabia que para fazer-se bem sucedido precisaria de controle e este adviria da organização maçônica. Pessoas acostumadas ao segredo e ao cerimonial, de boa índole passaram a acreditar nas falsas idéias dos Illuminati. Utilizando-se de sua própria experiência adquirida nos rituais maçônicos, Weisphaupt organizou grupos concêntricos, onde um iniciado recebia informações de acordo com sua utilidade e fidelidade, ascendendo na hierarquia, de tal maneira que somente os dirigentes máximos da ordem sabiam os verdadeiros objetivos.

Criou então treze graus para os Illuminati:

1. Preparatório;
2. Noviciado;
3. Minerval;
4. Iluminado menor;
5. Aprendiz;
6. Companheiro;
7. Mestre;
8. Iluminado maior;
9. Iluminado dirigente;
10. Sacerdote;
11. Regente;
12. Mago;
13. Rei.

Ademais, todos os adeptos adotavam nomes simbólicos. Von Kinigge era Fílon, Goethe era Abaris e Weisphaupt Espártaco, porque via-se como um herói.

Em 1.782 diversas obediências maçônicas reuniram-se no convento de Wilhelmsbad. Weisphaupt aproveitando-se de seu grande prestígio já adquirido, planejou um grande golpe para unificar dominar toda a Maçonaria Européia. Conseguiu aprovar um acordo para refundir os três primeiros graus de todas as obediências, deixando o resto ao livre arbítrio das lojas, de tal modo que a loja iluminista pudesse fazer valer seu próprio círculo concêntrico de evolução.

Inúmeros maçons ingressaram nas fileiras dos Iluminados da Baviera e estes infiltraram-se nas demais lojas, ampliando seu espectro de influência.

Porém, a Grande Loja da Inglaterra e o Grande Oriente da França opuseram-se aos postulados Illuminati, fazendo fracassar o conselho e levando a grande maçonaria a enfrentar as forças ocultas lideradas por Weisphaupt.

A partir de então, os Illuminati passaram a enfrentar ataques coordenados e bem planejados por aqueles para quem Deus tem os desígnios do mundo e à ele e seus postulados da boa-venturança deve-se fidelidade.

Traições passaram a freqüentar as fileiras Illuminati e Joseph Utzschneider, sabendo dos interesses dos Illuminati avisou a grã-duquesa Maria Anna da Baviera da trama que planejava destituí-la de seu trono e extinguir da Europa o cristianismo e a monarquia.

A partir de 1.784 a Baviera proibiu a constituição de sociedades secretas em seu território bem como baniu Weisphaupt que acabou por ser acolhido por um de seus seguidores, o Duque de Saxe, de cujo filho foi tutor.

Ainda, na noite de 10 de julho deste mesmo ano, um enviado de Weisphaupt, o Abade Lanz, foi atingido por um raio quando galopava em meio a uma tempestade. Seu cadáver não foi recuperado por membros da ordem, mas por pessoas do lugar que, ao ver seus hábitos, o recolheram com cuidado e o transportaram para a Capela São Emmeran. Ali, entre as suas roupas, encontraram documentos importantes e comprometedores que revelavam os planos secretos da conquista mundial. Isso selou definitivamente o destino oficial dos Illuminati, que a partir desse momento se transformaram em uma organização maldita.
A polícia Bávara descobriu todos os detalhes da conspiração e o imperador Francisco da Áustria tomou conhecimento de que estava se tramando contra todas as monarquias, especialmente contra a francesa, encabeçada por seu genro, Luis XVI e sua filha Maria Antonieta. Ambos foram informados, porém a revolução Francesa estava em estado por demais avançado e já não havia mais meios de impedi-la.

Marcio Rodrigues

ARLS Cavaleiros da Fraternidade III, nº 2342 - GOB-MS
Costa Rica/MS



Bibliografia:
Koch Paul H., Illuminati: os Segredos da Seita Mais Temida Pela Igreja Católica, Ed. Planeta, 2007
Brown Dan, O Código Da Vinci, Sextante, Brasil, 2003